Assim como a minha vida, a sua também deve ter sido impactada pela greve dos caminhoneiros. Combustível fracionado, viagens canceladas, alguns itens básicos já não são encontrados com facilidade nas prateleiras dos supermercados e algumas empresas já estão operando com a capacidade reduzida por falta de matéria prima.
Mas o que fazer nessa hora?
Devemos estocar nossos armários de alimentos e rodar a cidade em busca de um posto de combustível e, ao encontrar, encher o tanque para garantir os próximos dias?
Nos EUA, durante a passagem do furacão Katrina, muitas pessoas foram desalojadas de suas casas, também teve queda de energia e tubulações de água foram rompidas.
Quem buscou hospedagem em hotéis encontrou uma tarifa extremamente abusiva, os galões de água também foram comercializados a preço muito superior ao normal, tudo em nome da já ultrapassada “Lei da oferta e procura”.
Mas também teve solidariedade, teve gente abrindo a porta da casa à famílias desconhecidas e compartilhando roupas e alimentos.
Aqui no Brasil, movido pela greve dos caminhoneiros, alguns empreendedores elevaram os preços dos combustíveis e muitos consumidores aproveitaram o caos nos postos para abastecer e sair sem pagar.
Nos supermercados, tivemos uma corrida aos itens de uso diário, tanto que no segundo dia da greve já podíamos notar os buracos nas gôndolas e a falta de alguns produtos.
Também teve solidariedade com os grevistas, mas não tivemos empatia com os nossos vizinhos.
Temos pais que buscam desesperadamente leite em pó e a reposição de medicamentos de uso contínuo. Tem gente que conta em tom de piada que está com o tanque cheio, bem no estilo da “Lei de Gerson”, que gosta de levar vantagem em tudo.
Por aqui, não teve nada de consumidor ou empreendedor consciente (é claro existem algumas exceções).
Temos que entender que, em momentos de crise, nossa capacidade de nos colocarmos no lugar do outro é ainda mais necessária.
Pode ser um furacão ou uma greve dos caminhoneiros, um dia haverá um gatilho que vai revelar o que realmente habita em você.
E não fique surpreso! Vai ser o que você mais alimenta: o lobo ou o cordeiro?
Mas, como também sou filho de um caminhoneiro e, por isso, tive muitas oportunidades, ainda sonho em viver em outro Brasil e não em outro país. E, é exatamente por isso que desejo a vocês uma vida com maior empatia, uma vida mais compartilhada!
Pense nisso e tenha uma boa semana, semana com combustível, é claro! (risos)
