Você já assistiu algum filme que mudou sua maneira de ver o mundo?
Pois bem, no meu caso, a série Jornada nas Estrelas mudou a minha história. Eu ficava extremamente empolgado já com a musica de abertura onde o locutor anunciava:
“Espaço, a fronteira final. Estas são as viagens da nave estelar Enterprise. Em sua missão de cinco anos… para explorar novos mundos… para pesquisar novas vidas… novas civilizações… audaciosamente indo onde nenhum homem jamais esteve.”
Minha imaginação ganhava asas. Poder ir onde ninguém jamais esteve?! Explorar novos mundos e possibilidades?! Que sensação incrível!
E a tripulação da nave então?! Uma equipe inter-racial e plural capaz de deixar até a mais admirável corporação da nossa era repleta de inspiração. Meu personagem favorito era o Dr. Spock e confesso que ficava boa parte do meu dia tentando repetir a saudação Vulcana, onde parte dos dedos da mão direita ficam separados (risos).
A Ponte de Comando era o centro das decisões da nave e foi em volta dela que pude assistir a homens e mulheres, de todas as raças e cores, em pé de igualdade. Isso me fez acreditar no mundo em que meu futuro não é definido pelo lar onde nasci e muito menos pela cor da minha pele ou pelo gênero.
O gosto por inovar, a inquietude em busca da excelência, o espírito empreendedor, o respeito a diversidade, a loucura por tecnologia e a paixão por viajar, com certeza, são influência dos capítulos da série na minha infância.
O filme impactou tanta gente que até hoje é comum encontrar relatos de inventores mencionando a saga ao criarem soluções como os celulares com flip, a comunicação a distância por áudio e vídeo, o GPS e a porta automática.
Até mesmo o nome do primeiro ônibus espacial americano foi alterado por conta das inúmeras cartas que a NASA recebeu dos fãs. E dai, o que era para ser batizado como “Constellation” passou a chamar-se “Enterprise“.
Mas o tempo passou, a TV cedeu espaço aos smartphones e parece que os produtores de conteúdo infantil não estão conseguindo acompanhar a evolução.
Hoje, minha filha de 5 anos cita a Peppa (e seu papai bobinho) e muitas vezes implora para que eu permita o acesso aos vídeos de um tal de Lucas Neto.
Está cada dia mais difícil controlar o que nossa meninada consome na web e, mesmo com o auxílio dos vigilantes papais, ainda temos pouco material de qualidade para ofertar à criançada.
Me pego pensando se estou fazendo um “bom trabalho” como pai. Será que estou conseguindo compartilhar valores significativos com minha filha? Será que ela conseguirá resistir ao apelo contemporâneo onde tudo é permitido e incentivado?
Precisamos jogar luz sobre nossas crianças, afinal, que lembranças da infância você quer que seus filhos tenham?
Você pode escolher. Na ausência de séries inteligentes e inspiradoras como foi Jornada nas Estrelas, basta apenas desligar os aparelhos e abrir um livro.
Ajude os pequenos a conhecerem um mundo que eles ainda não estiveram e quem sabe no futuro eles poderão ser pessoas que jamais fomos: pessoas melhores!
Pense nisso, seu filho e a sociedade agradece.